
A esquistossomose é uma das principais doenças tropicais negligenciadas, que se caracteriza com quadro clínico agudo e crônico, de forma sintomática e assintomática. A região Nordeste apresenta condições ambientais favoráveis, socioeconômicas e culturais que colaboram com a disseminação do parasito e do hospedeiro intermediário. O estudo teve como objetivo analisar o perfil epidemiológico da esquistossomose na região Nordeste. Foi realizado um estudo descritivo, retrospectivo, que analisou os casos confirmados de esquistossomose na região Nordeste, na série temporal de 2013 a 2022. Os dados utilizados na pesquisa foram obtidos pelo Sistema de Informação de Agravos de Notificação (SINAN) do Ministério da Saúde. Foram coletadas as seguintes variáveis: ano de notificação, UF de infecção, casos autóctones, gênero, idade, raça, escolaridade, presença de gestação, forma clínica e evolução clínica. Foram confirmados 10.031 casos, com maior coeficiente de prevalências no estado de Sergipe, Bahia e Pernambuco. A Bahia apresentou maior número de casos autóctones e Alagoas e Pernambuco as maiores taxas de letalidade. O maior percentual de casos foi em indivíduos do gênero masculino (54,5%), nas faixas etárias 20-59 anos (56,1%), com analfabetismo e baixa escolaridade (39,5%), de raça parda/preta (73,3%). A forma clínica mais encontrada foi a intestinal (41,7%), evoluindo para cura em 44,4%. Conclui-se que, devido aos altos índices de casos na região Nordeste, torna-se evidente a necessidade de implementar ações mais eficazes, no controle e erradicação da esquistossomose.