Introdução: a gestação é marcada por alterações fisiológicas, vulnerabilidades, mudanças nutricionais, necessitando atenção para evitar desfechos negativos para a mãe e bebê. Estudos identificam que não apenas o que e quanto se come, mas também o momento em que se come, têm impacto nos desfechos nutricionais, campo investigado pela crononutrição. Objetivo: analisar estudos crononutricionais que abordam a alimentação na gestação, verificando evidências atuais e discutindo as perpectivas como nova variável para orientações nutricionais na atenção pré-natal. Métodos: trata-se de uma revisão integrativa com inclusão de artigos indexados no PUBMED. As buscas foram realizadas entre agosto de 2021 e setembro de 2022, com descritores envolvendo crononutrição e gestação, relacionados ao objetivo primário da pesquisa. Resultados: foram identificados 1.867 artigos e 4 foram incluídos. Os estudos identificaram que as gestantes que iniciaram o episódio alimentar muito cedo consumiram maiores porcentagens de energia e carboidratos durante o dia e menores à noite, consumindo mais frutas e alimentos integrais e menor frequência em pular o café da manhã. Iniciar o episódio alimentar tardiamente está associado com maiores consumos energéticos à noite e pior padrão de ganho de peso gestacional. O ato de pular o café da manhã demonstrou baixos níveis sanguíneos e urinários de nutrientes essenciais à gestação, como ômega 3, beta caroteno, potássio e proteínas. Conclusão: as orientações no pré-natal devem abranger a crononutrição, enfocando o consumo energético diurno, menor consumo à noite, evitar pular o café da manhã e aumentar o consumo de frutas para uma melhor qualidade da dieta.