Introdução: O nascimento da criança surda em famílias ouvintes é muitas vezes conflitante. A inexperiência das famílias com a surdez na generalidade cria obstáculos no desenvolvimento da linguagem. O artigo, portanto, pretende contribuir na análise do desenvolvimento de crianças surdas, filhas de pais ouvintes e suas implicações no desenvolvimento psicossocial.
Método: Trata-se de uma pesquisa de revisão de literatura de abordagem qualitativa apoiada na busca de artigos, teses e dissertações publicados de 1997 a 2018. Foram utilizados como critério de exclusão publicações científicas produzidas na língua estrangeira.
Resultados e Discussão: O estudo revela que a surdez ainda é vista como um obstáculo social e que o estigma da deficiência está bastante presente na dinâmica familiar do sujeito surdo. Mostra que as famílias necessitam entender as diferenças existentes no desenvolvimento cognitivo e linguístico entre surdos e ouvintes e que as barreiras comunicacionais são reconhecidas como os elementos que mais atrapalham o desenvolvimento de crianças surdas. Além disso, assegura a relevância da Língua de sinais no desenvolvimento da linguagem e firma as ideias de defesa do ensino de Libras.
Considerações finais: Considera-se que a fragilidade das relações sociais e o acesso precário a uma língua gestual impedem as crianças surdas de exercerem papéis de sujeitos sociais ativos e que o isolamento social interfere rigorosamente na estruturação da criança, tornando-a incapaz de refletir, produzir e significar a própria vida. Sugere-se que sejam feitas mais pesquisas na área da Psicologia sobre surdez, família e desenvolvimento infantil.